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Em uma fala forte, Eduardo Coudet clamou por um gramado em bom estado como condição imperativa para o Inter voltar a jogar bem. O campo de jogo do CT Morada dos Quero-Queros atendeu às súplicas do treinador, e a equipe de fato emplacou uma atuação soberana na vitória por 2 a 0 sobre o Aimoré para carimbar a vaga na semifinal do segundo turno do Gauchão.
Mas o Inter não retomou um patamar de rendimento próximo ao de antes da parada no futebol apenas pelo verde do gramado da partida. O encaixe na mecânica de jogo passa diretamente por Thiago Galhardo.
Escalado ao lado de Guerrero, Galhardo entregou tudo o que o treinador exige para a posição. Teve intensidade, mobilidade e aproximação para municiar o centroavante.
E deu (antiga) nova cara à equipe, mais semelhante à que Coudet almeja. Especialmente na comparação com os dois jogos anteriores.
Uma estatística particular explica a importância de Galhardo para o Inter. Ao lado de Guerrero, o meia-atacante é o atleta do elenco que mais participa de gols, seja direta ou indiretamente: são quatro marcados e três assistências em 13 jogos.
Os números da equipe também crescem com Galhardo. O Inter triplicou o número de finalizações e concluiu mais a gol em 90 minutos contra o Aimoré do que nos 180 minutos da derrota no Gre-Nal e no empate contra o Esportivo. Foram 21 finalizações, contra sete no clássico e oito na Montanha dos Vinhedos.
- Creio que a diferença de Thiago, assim como Pottker, é que são atacantes. Então, a característica de ter maior presença na área e chegar com mais facilidade ao gol. Quando puder jogar com dois centroavantes, é o que prefiro. Mas, para jogar com dois, eu preciso ter pelo menos três (à disposição) - disse Coudet após a partida.
Nesta quarta-feira, Galhardo contribuiu com a assistência para o primeiro dos dois gols de Guerrero na partida. Além da frieza dos números, sua entrada é essencial também para o encaixe do sistema de jogo da equipe. Não apenas pela presença de área citada por Coudet.
Com Galhardo, o sistema ofensivo do Inter fica mais móvel. As trocas de posições entre ele e o trio de meias são constantes. Frequentemente, sai da área e ora cai pela esquerda, ora pela direita, para abrir espaços.
Por exemplo: aos 16 da etapa inicial, ele escapa pela direita na função que é de Marcos Guilherme e cruza para Guerrero, que quase marca. Três minutos mais tarde, aparece pela esquerda em um movimento que abre caminho para o centroavante infiltrar e receber uma assistência precisa para o primeiro gol.
A equipe também ganha em intensidade. No segundo jogo após 130 dias de paralisação, o Inter não foi tão "mordedor" quanto no início do ano. Mas "alugou' o campo de ataque para incomodar a saída de bola do Aimoré para retomar o que foi a principal virtude antes da parda.
Não foram raras as vezes em que todos os jogadores a partir de Rodrigo Lindoso estavam à frente da risca do meio-campo para pressionar a defesa rival. E isso ocorreu também sem Galhardo e após abrir o placar.
O segundo gol de Guerrero sai após um erro de Wagner na saída de bola. Não houve pressão, mas ocupação de espaço. Depois, já à beira dos 40 do segundo tempo, Patrick recupera a bola dentro da área e sofre pênalti, desperdiçado por D'Alessandro.
Além de Galhardo, Bruno Fuchs voltou ao time titular contra o Aimoré e deu refino à saída de bola por baixo, como tanto pede o técnico Eduardo Coudet. O Inter conseguiu progredir com toques rápidos e aproximações, sempre com laterais ou extremas abertos para ampliar espaços.
E voltemos a falar do gramado, que tem impacto direto nisso. O Inter errou 63 passes contra o Grêmio e 75, contra o Esportivo. Foram apenas 27 erros na vitória sobre o Aimoré. A precisão saltou 87,5% e 85,4%, respectivamente, para 94,1%.
O Inter enfrentará o Esportivo na semifinal do segundo turno do Gauchão. Líder do Grupo A, a equipe tem o mando de campo da decisão em jogo único. Resta a definição da data e local da partida.
G1
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