Esportes
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Três jogos e três derrotas, a última delas na noite desta quinta-feira para o Sport na Ilha do Retiro. Lanterna do Brasileirão sem ponto conquistado, o Grêmio acende o alerta em uma competição que tinha ares de prioridade. O Tricolor estagnou depois de um começo promissor com Tiago Nunes, que precisa oxigenar o meio-campo.
A última posição na tabela coloca um balde gelado na cabeça do torcedor que imaginava brigar pelo título. O Grêmio não iniciava com três derrotas desde 1998. Não era lanterna da competição desde 2007. Nem a estreia de Douglas Costa foi o suficiente para levar lucidez à equipe.
— É o momento de ter tranquilidade, não estamos atravessando um bom momento agora, os resultados mostram isso, oscilando bastante a performance. Mas o grupo tem qualidade, jogadores capazes, que trabalham muito e se esforçam. Estamos focados em rapidamente melhorar em campo, evoluir tática e tecnicamente — apontou Tiago Nunes.
O duelo com o Sport serve de exemplo. O jogo como um todo não foi bom. Mas os primeiros 45 minutos foram muito piores. A entrada de Victor Bobsin lado a lado com Matheus Henrique deu mais fluidez ao meio de campo na saída gremista.
E aqui o ponto não é apenas trocar. Thiago Santos já mostrou que tem qualidade e é o titular da função. Mas é necessário ajustar a saída de bola, e isso pode passar por novos nomes.
Jhonata Robert não deu resultado nas duas últimas partidas pela sua característica — aliás, foi disparado quem mais teve passes incompletos na derrota, com 13.
— O treinador que muda a cada jogo muitas vezes gera instabilidade no grupo. Resolvemos repetir porque acreditamos que precisamos ter uma base de time para retomar a confiança e ter comportamentos padrão. E pontualmente ir mudando a equipe, caso do Douglas Costa e de jovens aproveitados, como a entrada muito positiva do Bobsin — defendeu Tiago Nunes.
A transição ofensiva tem sido o principal problema gremista. E não só nas últimas duas partidas, quando Sport e Athletico usaram a mesma estratégia para conter o Tricolor. Linha de três zagueiros e dois laterais alinhados e outra de quatro, à frente, trancaram os avanços.
Já desde o duelo com o Brasiliense, pela Copa do Brasil, isso pode ser visto. A bola fica tempo demais nos pés de Rafinha, Geromel e Kannemann — os três foram os jogadores com mais passes completos, com 86, 71 e 61 respectivamente.
Isso diminui a velocidade da transição. Ao mesmo tempo, o trio imediatamente à frente, com Thiago Santos, Matheus Henrique e Jhonata Robert precisa criar mais linhas de passe com movimentação. Algo que não tem ocorrido e precisa ser corrigido com treinamentos.
Bobsin entrou na vaga de Thiago Santos, mas poderia ter sido também na de Robert. O jovem teve 59 passes certos, o primeiro após o trio ofensivo. Esse terceiro elemento do meio-campo é uma incógnita até o momento em 2021. É preciso combinar melhor as opções no setor para melhorar a transição.
— É uma dificuldade, realmente. Além da vitória pessoal para passar da primeira linha de marcação, precisa ter movimentação para dar opção para quem recebe na entrelinha. Muitas vezes os zagueiros viram os construtores, e isso gera instabilidade. São movimentos que precisamos aprimorar, não só pelas laterais, mas pelo eixo central — concordou Tiago Nunes.
Nas últimas três partidas disputadas, com Sport, Athletico e Brasiliense, o Grêmio não marcou gols. Não só responsabilidade dos jogadores do ataque, mas também um reflexo de um meio-campo inoperante, já que não há volume criativo.
O gol sofrido saiu em uma falha de Paulo Victor — embora o técnico Tiago Nunes discorde. Não provém, portanto, da atuação fraca coletiva. O Sport teve uma chance clara surgida após envolver a marcação gremista, mas desperdiçada por Hayner cara a cara com o goleiro.
O Grêmio, apesar de presente no campo ofensivo na etapa final, não criou uma oportunidade para de fato empatar. As correções necessárias podem ocorrer nos próximos dias, já que o jogo com o Cuiabá, que seria no domingo, foi adiado. O Tricolor joga só na quarta, contra o Santos, na Arena.
G1
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