Esportes
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Tinha que ser 50 anos depois. Meio século, que separam gerações, um verdadeiro abismo entre décadas, mas a espera cria ansiedade, segura o grito, constrói angústia para a explosão final. O Atlético-MG é campeão brasileiro de 2021. O Atlético alcança o objetivo mais perseguido desde que Dadá parou no ar em 1971. Desde que Jota Júnior (ou foi Vilibaldo Alves) chorou ao vivo na Rádio Itatiaia em pleno Maracanã.
Mais do que consagrado na história do Galo, o camisa 7 se tornou o rosto de um troféu, coloriu o Mineirão com uma nova cor, do super-herói que só não atuou por duas rodadas até agora. Fez os gols e tirou lágrimas de Reinaldo.
O maior ídolo da história do Atlético é campeão brasileiro, como bem disse Casagrande. Não em campo, não fazendo gols. Passou perto demais em 1977, como o melhor jogador do Brasil. Mais um vice-campeonato em 1980, sem contar semifinal de 1983 e 1985.
O título do Atlético será contato por lágrimas de quem viu 1971 e achou que iria morrer sem ser bicampeão. De quem foi ao Maracanã de Caravana há 50 anos, e não está mais presente para abraçar filhos, netos, bisnetos. De quem ainda não havia chegado ao mundo para acompanhar o Galo vencendo o São Paulo e Botafogo no quadrangular final, mas que nasceu com uma estrela dourada no peito.
O título será contato pelo "meme" do "E o Galo? O Galo ganhou!". E foram 25 vitórias. Da perseguição pela pontuação máxima, de atualizar a página do departamento de matemática da UFMG e ver a probabilidade chegar em 90%, 98%, 99,9%. E 100%.
César Luis Menotti, técnico campeão mundial com a Argentina em 1978, uma vez disse: "Quando o futebol é jogado da maneira correta, tende a ser uma coisa bonita, como a pintura, a música". Ver o Atlético ser campeão brasileiro, com gols em jogadas trabalhadas, proposta definida de jogo, e destaques individuais, foi uma orquestra completa, uma galeria inteira.
A história reserva, quase sempre, local para os vencedores. É possível afirmar que o Atlético é o que é muito pelas derrotas. No filme "Lutar, Lutar, Lutar", lançado há poucas semanas, mas finalizado em 2014, o DNA do clube é destrinchado a partir de injustiças. Mas hoje não. Hoje é o capítulo vitorioso, um dos maiores, dos 113 anos do clube.
G1
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