Esportes
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Dentro de campo, o Palmeiras venceu novamente a Juazeirense por 2 a 1, na última quarta-feira, e confirmou a vaga para as oitavas de final da Copa do Brasil. Fora, Abel Ferreira retornou para São Paulo com a certeza de cada vez mais ocupar um espaço importante na galeria de ídolos da torcida.
Com pouco tempo de clube, Abel tem entregado o que a torcida gosta de ver. Na equipe, um padrão que se acostumou a decidir jogos importantes e ter seriedade nas disputas.
Contra a Juazeirense, é verdade que se esperava uma classificação mais tranquila. Até mesmo o português reconheceu após a partida que poderia ter resolvido a eliminatória mais cedo. Mas conquistou o objetivo, mais uma vez.
A entrevista coletiva no estádio do Café não se limitou aos detalhes táticos e explicações sobre o desempenho da partida. Quando fala após os jogos, Abel criou uma rotina de alcançar diretamente o torcedor palmeirense. Ou a maior parte deles.
Seja nas frases de efeito que exaltam a "palestrinidade", na cobrança direta ou indiretamente por um reforço, no puxão de orelha e no carinho com os atletas, nas frases mais duras contra quem está fora do clube, nas reclamações contra as principais entidades e até contra a imprensa.
Todas se encaixam no perfil palmeirense.
– A imprensa que não faça de uma minoria e chamem de torcedores do Palmeiras. O Palmeiras não é uma parte, o Palmeiras são todos. Precisamos que apoiem essa equipe, porque no futebol temos memória curta. Esses jogadores que estão aqui, todos, os que são craques, os que não são craques, os mais esforçados... Um elenco não tem só violinista, tem quem toque tambor. O importante é a música sair harmoniosa – disse Abel.
– Eu, enquanto treinador, tenho uma admiração por esses jogadores que nunca tive em nenhuma equipe e por isso decidi ficar. Por eles e pela minha família. O único apelo que faço aos torcedores é que sigam exemplo destes. Que venham e apoiem durante o jogo todo. É isso que peço àqueles que ficam escondidos atrás do telefone. Podem escolher duas maneiras, fazer o bem ao Palmeiras, que dizem que são apaixonados, ou fazer o mal. Eu acredito sinceramente que os verdadeiros palmeirenses apoiam a equipe, porque essa equipe já ganhou e vai continuar a ganhar – pediu o treinador.
Na terça-feira, Abel e seus auxiliares convidaram dois torcedores que fizeram tatuagens com o rosto do treinador para jantar e trocar ideias de futebol. Depois, teve paciência para atender crianças e torcedores que estavam no saguão aguardando uma foto ou um autógrafo do novo ídolo palmeirense.
Como treinador, Abel erra, acerta, ganha e perde como qualquer outro. Já mereceu críticas e elogios, foi derrotado em decisões e foi campeão.
A identificação de Abel Ferreira nada tem a ver com seus compatriotas que brilharam ou ainda vão brilhar no futebol brasileiro, muito menos com outras equipes. Tem a ver com o Palmeiras e o que a atual geração construiu nos últimos anos, muito potencializada pela comissão técnica portuguesa.
Não se sabe se o Verdão terá oportunidade de festejar outro título na temporada, nem se o treinador poderá aumentar a sua rica galeria de conquistas até o fim de seu contrato. Mas é inegável que ele conquistou e merece o respeito da sempre exigente torcida palmeirense.
G1
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